quinta-feira, 15 de maio de 2008

Pay attention, please!


Queria escrever esse post lá embaixo no aeroporto, mas não deu tempo. O vôo chegou, o povo embarcou e eu corri botar o notebook na mochila. Agora, após os trâmites de subida e o blá-blá-blá dos comissários de bordo posso voltar a ter convosco. Vamos falar sobre viagens de avião.

Ao longo das três poltronas da asa esquerda a imagem é inspiradora. O rapaz que a poucos ouvia “Beautiful Girl” no máximo volume de seu mp3, agora mergulha em um sono nada vacilante. A bela cena do corpo espichado e pernas para o alto tira todo o glamour de uma viagem de avião na classe econômica.

Certamente também não deve constar nos vídeos institucionais da TAM o camarada da poltrona de trás que, com seus joelhos pontiagudos, brinca entre as minhas quarta e quinta costelas. O breve espaço entre as poltronas já foi digno de nota mas vale este reforço – antes, no entanto, o suco de manga que acabou de chegar (sem gelo, por favor).

O avião sacoleja enquanto dou uma mordida no pão de leite quentinho, cuidando para não sujar o notebook. A voz do comandante toma conta do sistema de som: estamos a 34 mil pés (mais de 10 mil metros) de altitude e a 850 km/h de velocidade, o tempo estimado de chegada em Foz é de 1h40. Céu nublado. Esse comandante é gente boa, sempre trata a equipe de comissários por “muito simpáticos”.

E o vôo prossegue assim como esse post; mas diferente do post, o vôo sabe onde quer chegar. Queria comentar sobre as viagens de avião e como o acúmulo de milhagem faz delas cada vez com menos graça.



Lembro-me bem do primeiro vôo – esperemos antes o cara de trás se ajeitar na poltrona e aumentar o vão entre minhas costelas; agora sim: eu viajara de Curitiba a São Paulo para participar de um workshop aos jornalistas que cobririam a COP/MOP (foto acima). Estava deslumbrado, tudo era novidade. Mas depois do mar de nuvens da primeira viagem, as cenas pela janelinha do vôo viraram uma mesmice só.

Confesso que ainda sinto aquele friozinho na barriga, quando o piloto termina a subida e alinha o avião, e continuo aguardando com paciência o baque que o avião faz ao enconstar no solo, no momento do pouso. Na última viagem para Foz, os relâmpagos da noite me inspiraram criar esse blog. Fora isso, sem novidades. As viagens de avião se resumem à luta contra o site da TAM para comprar a passagem, ao passeio pelo aeroporto e pela Livraria Laselva (onde compro revistas, livros, gibis e Charge), à espera no portão 1C e ao aperto (ou massagear de costelas, como queiram) das poltronas de avião. Nada demais.

Após toda viagem, ao chegar em Foz, cansado e com sono, pego um táxi para o apê de meu amigo Flávio. Pés no chão, que no outro dia levantamos cedo para mais uma jornada de trabalho.

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