quinta-feira, 26 de junho de 2008

Jamanta não morreu!

Pelo contrário, está vivão no ônibus Garcia rumo a São Paulo. Entrou fazendo barulho, conversando em italiano com um grupo de gringos e reclamando del posto chiuso que escolheram para ele.

Oi pessoal. A viagem está só começando. Escrevo sob a neblina grossa da manhã no norte do Paraná. Paramos em Londrina e agora estamos próximos a Jataizinho (do lado de fora da janela acaba de aparecer o belo Rio Tibagi). A previsão de chegada em São Paulo é 14h30, a tempo (espero) de chegar ao aeroporto de Guarulhos até às 18h35, horário do vôo – ou uma hora antes, que é melhor.

A noite foi difícil. Quase não dormi pois ainda guardo compromissos do Labjor – durante a viagem estava terminando os últimos trabalhos da pós. Puta trampo.

Chegamos em Londrina às 6h, fui tomar café e mexer no trabalho. Abri o mac e fique concentrado até encontrar dois baianos que fazem o roteiro Foz-São Paulo para puxar muamba. De início os dois estavam meio arredios, até brincaram sugerindo que eu era agente da Polícia Federal disfarçado, mas depois a conversa fluiu tranqüila.

No horário do embarque vi o ator Cacá Carvalho, o Jamanta da novela Torre de Babel. Ainda lá embaixo, enquanto guardávamos as malas no bagageiro, ouvi uma conversa entre ele e um suposto fã.

“Eu vim aqui para Londrina encontrar um viado”, confessou Jamanta. “Nós trepamos a noite e agora estou indo embora”.

É, o Jamanta não morreu, tá é muito vivo.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

No trem

Viagem de trem Estocolmo – Malmö. Quatro horas de viagem em um trem muito louco. Tem vagões para tudo, para crianças brincarem, cachorros latirem, pessoas dormirem e suecos lerem. No ultimo caso, impossível ler com esse nosso barulho.

O Enio tomou sua água Loka e o Juttel escreve cartões postais. Comigo tudo bem, a não ser pelo fato de estar com uma puta dor nas costas (carregar mochila) e de estar com a mesma roupa desde que saí do Brasil. No aeroporto Arlanda, de Esocolmo, fui o vencedor no sorteio de quem teria a bagagem extraviada. Palmas para mim.

Bem, esse é o primeiro post porque só agora conseguir parar para escrever. Nem sei ainda quando vou postá-los, mas tão logo encontrar uma wi-fi envio para vocês. Seguem na seqüência alguns rascunhos meio a esmo. Vamos ver o que posso fazer.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

OPERAÇÃO EUROPA



Vocês devem ter percebido o aviso do ícone acima. É isso mesmo, estou indo pras Europa. Na verdade estou indo mesmo, meu ônibus pra Guarulhos sai daqui a pouco e eu tenho pouco tempo para escrever esse post.

Vamos apresentar, na Suécia, um trabalho da pós-graduação. Depois de passar por Estocolmo e Malmö, vamos descer para Berlim, Viena, Budapeste e Praga. Viagem de duas semanas que vou tentar ir contando pra vocês. Não percam.

Agora vou correr, imagina perde o primeiro ônibus! A viagem nem bem começou e já estou atrasado.

Até.

Agradecimentos

Escrevo diante de um prato de sopa. Imaginem, mac branco e sopa de galinha não combinam. Mas precisava escrever logo este texto. Daqui a menos de uma hora sai meu ônibus, mais uma viagem para o estado de São Paulo. Desta vez, no entanto, o motivo da viagem não é Campinas ou Labjor. O trecho é mais longo.

Antes de começar uma nova viagem, preciso terminar a antiga. Por um semestre fui e voltei para Campinas e, parte desas viagens, relatei para vocês neste blog. Muitas histórias se perderam ao longo desses quilômetros rodados, outras se escondem lá no fundo do bagageiro da memória. Mas sem o Labjor, acabam as viagens para Campinas e acabam os pretexto para alimentar esse blog. Ao menos por hora.

Ainda lembro me da expressão espantada de meus colegas quando dizia que faria tamanha viagem toda semana. Mas acabei faltando apeas a três aulas, sendo que um dos motivos foi o trabalho.

Chegar até aqui dependeu de muito esforço, paciência e força de vontade. Mas também tive a sorte de ter amigos que fizeram todo o meio de campo. Sem eles, minha vida teria sido bem mais difícil e certamente não teria frequentado tantas aulas.

O que dizer, por exemplo, da hospitalidade do Juttel e da Dri, que receberam o velho e chato amigo de braços abertos. Vez ou outra eu reclamava disso e daquilo e era divertido ver o Juttel se irritar. "Eu não acredito que você ainda não lavou a minha toalha" ou "claro que quem vai dormir na cama sou eu". A Dri chegava a pensar, "que cara folgado", mas após as brincadeiras eles me recebiam bem. O colchão na sala e o controle da TV já tinham dono. E com o direito de tera companhia o Sr. Wilson (gato) que dormia aos meus pés todo dia.

Na volta para Foz, a hospitalidade ficava por conta do Flávio, que sempre me recebeu com um sorriso no rosto, apesar de ter que abrir a porta às 2h da manhã. Quando eu chegava, o sofá-cama já estava arrumado e a toalha e um calção separados para meu uso. Morto, apenas dava oi e ia para cama, as vezes ouvindo o deboche brincalhão dele: "dorme aí as suas quatro horas de sono".

Em casa, não tem preço a ajuda do pai e da mão nos meses sombrios antes de chegar meu cartão de crédito. Cada passagem pesava na conta de um ou outro e até hoje os limites de ambos os cartões estão comprometidos - minha dívida está parcelada, vou pagando aos pouquinhos.

O destaque maior é para essas pessoas e para todos que me apoiaram no término de minha pós. Agradeço à empresa em que trabalho, a Itaipu Binacional, por ter investido em mim e me liberado das segundas-feiras. Agradeço aos ônibus bons e aos bons motoristas, etc.

E agradeço a vocês que me acompanharam até aqui. Depois de um tempo viajando, já imaginava como seria registrar tudo aqui no blog e compartilhar com vocês. Essa não é uma despedida, mas o fim de uma aventura e o início de outra. A todos, meus muitos obrigado!

Sabemos que a escolha da companhia é uma escolha pessoal. Agradecemos por ter escolhido a Rascunhos de Viagens.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Lugares e crianças

Há tempos estou para escrever sobre lugares e crianças. Gostaria de dar algumas dicas das melhores poltronas para se escolher em uma viagem e também falar sobre essas incômodas companhias: as crianças. Na última viagem, ainda na ida, tive uma pequena confusão na escolha da poltrona e enfrentei um berreiro infernal de uma criança. Lugares e crianças, aproveito a deixa para contar para vocês.

Sobre lugares, eu havia preparado um pequeno manual para a escolha da melhor poltrona, dependendo das ambições do viajante. Tem que lavar em conta a posição das rodas do ônibus para escapar dos tremiliques, optar pelo clima glacial lá da frente ou tropical cá do fundão. Escolher se quer ficar próximo do entra e sai das pessoas que chegam das rodoviárias ou da bateção de porta do banheiro.

Eu já estou vacinado. Sempre escolhi uma das primeiras poltronas, mas acabo indo para o fundão. O meu problema é que gosto de ler e o pessoal da frente via de regra dorme a viagem toda. Aqui no fundo também fico livre das pessoas que poderiam pensar “o que este louco está escrevendo no notebook?” (como faço agora).

O problema é o cheiro nauseante que irrita as narinas vindo do banheiro. Ou ainda as pessoas que se entopem de água e se desentopem no banheiro (em ambos os casos, passam pertinho de minha poltrona).

Mas a escolha também depende da qualidade do ônibus. No majestoso Catarinense (o melhor da categoria) é muito bom ficar na primeira fila, de frente para a janela do ônibus – a estrada vai correndo aos seus olhos e você nota as eventuais barberagens do motorista.

Outros ônibus, no entanto, são tão apertados que não importa a poltrona, vc vai se dar mal (no avião também é assim, mas já falo dele). Agora, por exemplo, quase não tenho espaço para abrir meu mísero notebook de 13 polegadas. A mulher da frente desceu a poltrona das minhas pernas e por pouco me incapacitou para sempre de ter filhos.

Paradoxo, na viagem da semana passada, de novo Garcia, o espaço entre as poltronas era tão grande que eu não alcançava os pés no chão. Pensei: ou minhas pernas encolheram ou este ônibus está de brincadeira comigo.

No avião é sempre janelinha, claro. Gosto de ver a paisagem descortinando do lado de fora e, apesar dos inúmeros vôos, sempre acabo encontrando coisa nova. Ainda me lembro do trovão que iluminou o céu e deu origem a esse blog (vide primeiro post) e gosto de ver Guarulhos ardendo em chamas quando o avião decola – a iluminação amarelada é muito bonita.

Quando chego em Foz, reparo as luzes e a falta delas, reflexo do imenso Parque Nacional do Iguaçu, do lado esquerdo, e do Rio Paraná terminando na Hidrelétrica de Itaipu, do lado direito.

Ainda no avião, há a opção de pegar as poltronas da fileira central, normalmente 11 e 12, bem em cima da asa. Ali, na saída de emergência, o espaço entre as poltronas é bem maior, mas as poltronas não inclinam. Se bem que, em considerando as outras poltronas, a diferença é mínima.

Crianças

Estou escrevendo meio a esmo, mas depois vejo o que saiu. Na verdade o combinado era falar de poltronas e crianças e é o que estou fazendo. Vamos ao segundo tópico.

Se tem uma coisa que não combina é viagem e criança. Mas algumas pessoas ainda insistem nesta mistura perigosa. Não sei se já disse, mas além dessas viagens semanais para Campinas, diariamente eu faço de van o trecho Medianeira – Foz do Iguaçu (acumulado de duas horas por dia – minha vida se passa sobre quatro rodas). Nesta viagem, uma mulher leva todo dia o filho pequeno para a creche, em São Miguel do Iguaçu. Judiação do piazinho que estranha sempre que entra na van cantando seu choro fino. A mulher vai se mudar para SMI e evitar tamanho martírio diário.

Nos ônibus já cruzei com várias dessas pequenas criaturas, desde as que abrem berreiro, passando pelas de estômago fraco e chegando às comportadas que seguem viagem como gente decente.

Uma vez no vôo da TAM, um moleque gritava descabidamente na poltrona de trás. Os pais, um de cada lado, pediam pelamordedeus para o moleque parar, mas ele não parava. Inúmeras vezes pensei na falta que faz um bom chinelo. Cheguei a encarar feio o moleque, quando os pais não estavam olhando, mas não surtiu efeito.

Na viagem atual a menina se calou. Dorme de maneira cândida no colo da mãe – a mesma que desceu sobremaneira a poltrona sobre minhas pernas.

Em outra viagem, acho que a ida da semana passada, a mãe insistia que a filha tinha que ir ao banheiro e toda vez que levava a moleca, ela soltava um grito no meu ouvido fazendo-me acordar de sopetão achando que o ônibus tinha batido. Não sei se xingo ou agradeço. Talvez não fosse a insistência da mãe, a menina tivesse melecado o ônibus com vômito, a pior marca que essas criaturas podem deixar em uma viagem. E por causa de um último grito agudo, eu acordei já na rodoviária de Campinas.

O ônibus segue seu rumo, lotado de crianças (acabei de perceber que lá na frente tem mais duas pequenas). Mas a dona da festa é a menininha negra, do banco de trás. Ela grita mesmo, sem pudor ou compaixão. E a mãe passa incólume, a safada.

Mais do que os gritos o que me irrita em crianças são os pais delas. Já parte da semnoçãozisse de carregá-las a tiracolo em viagens de mais de 15 horas. Depois, tem uns mais espertos que adoram entupir as crianças de comida nas paradas de ônibus. Algumas vezes já previ o óbvio: passei por um pai que entupia a criança de comida na parada. Dentro do ônibus, alguém empesteou o ar com o salgadinho gorduroso que revoltou até o meu estômago. O que dizer do estômago frágil, estufado e sem freios sociais da criança? O resultado é desnecessário dizer.

Deve ter mais o que falar sobre poltronas e crianças, mas não gosto de ficar escrevendo assim a torto e a direito. Mais tarde voltamos a nos falar. Devo algumas explicações aos amigos leitores, mas isso fica para os próximos rascunhos. Até lá.

PS: no fim da viagem, a mãe da menina negra levou a filha ao banheiro – choro insuportável por uma boa meia hora. Mais tarde, a onipresente criança tomou conta do espaço sonoro por quase uma hora. Uma hora de choro alto, manhoso e irritante. Eu mereço.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Fim de viagem

O começo e o fim parece se encontrar nesta minha última viagem. Estou escrevendo do notebook, aproveitando a rede Wi-Fi da Caprioli, na nova rodoviária de Campinas. Tudo novo, rodoviária de primeiro mundo. Estranho ter dado tempo para conhecer esse novo point de encontros e desencontros dos viajantes. A rodoviária ainda não opera para os ônibus de linha, somente para a Caprioli. Por toda parte ouço som de furadeiras, martelos e máquinas de grande porte. Senhoras da limpeza dão os retoques e um quiosque faz as vezes da Praça de Alimentação, que vai abrigar, pelo que vejo, redes como Spoleto, Montana Grill, Bob's, etc.

Daqui do novo, do que sequer foi estreado, parto para minha última viagem de volta. Não gostaria de ser piegas, mas impossível evitar o tom nostálgico. Hoje no Labjor abracei meus colegas, muitos pela última vez. Estranho abraçar um amigo com a certeza de que provavelmente nunca mais o verei (isso já aconteceu outras vezes, sei como é).

Ainda não engoli bem essa idéia de fim do curso. Na verdade, vai demorar um pouco para digestão tamanhas são as preocupações para os próximos dias. Sabe, é como se não tivéssemos tempo para sentimentalismo. Mas uma hora isso aflora. Conto pra vocês.

Agora vou procurar a plataforma onde pegarei o Caprioli. Prometo outros textos sobre o fim das viagens e contar uma novidade. Até daqui a pouco.

Última viagem

Última poltrona do ônibus, último suspiro de paciência, último sopro de vontade, última viagem. Faço mais uma vez o trecho Medianeira – Campinas a bordo do controverso Garcia. Segunda tem aula do Labjor, a última. Após um ano e meio de curso, e meio ano de viagens absurdas, faço a última para concluir a pós. Não significa que nossa relação aqui nos Rascunhos tenha chegado ao fim - o que é tema para outros tópicos.

Toda viagem tem a sua história, seus personagens. Cada um desses meus companheiros de ônibus deve ter seus próprios relatos, dilemas e rascunhos. E aqui, entre mais de 40 poltronas, é uma honra assumir a baqueta de suas história.

Há senhoras velhas, como aquela da poltrona 1 que não quis descer do ônibus para saborear o café da manhã do caríssimo Graal. Há também crianças, como essa pequena criatura duas poltronas atrás, que ficou uma meia hora chorando sem os cuidados da mãe (o que volta a fazer agora). Haja fôlego.

Muitas conversas ocorrem dentro de um ônibus. As pessoas podem falar de trivialidades ou comentar sobre a depressão na qual entrou uma senhora após perder o marido. “Isso acontece muito”, afirmou a mulher na poltrona da frente. Podem apenas puxar uma conversa ou falar de temas grandiosos.

Um ônibus é o palco para uma miscelânea de sensações. No ar misturam-se os aromas químico do banheiro, agradável do perfume do cara aqui ao lado e, claro, gordurento, dos salgados que certas pessoas insistem em trazer para o interior do carro.

Os sons variam. Os “buá, buá” escandalosos de crianças mimadas, os toques de celular mais inusitados, o barulho que o ônibus faz ao passar pelos olhos-de-gato no centro da pista, as conversas cá e acolá.

Ainda aqui dentro, os rostos são também variados: a velha senhora, a família negra, o estudante, o casal gordo e outro casal em que a mulher é muito mais bonita que o cara. E a diversidade também ocorre lá fora, nas inúmeras paisagens que se descortinam janela afora. A noite, a lua cheia guardou essa viagem. Agora de dia e já no estado de São Paulo, plantações de pinus tomam conta da vista.

Há também comportamentos e comportamentos. A criança chorona, a mãe descuidada, a mulher que desce a poltrona nas pernas do cara de trás que escreve em seu notebook, o rapaz que ronca ao lado ou o outro que come salgado bem pertinho. Mas há também o sorriso franco da moça gorda e da senhora sem fome, ou a gentileza do rapaz que cedeu a poltrona para as amigas sentarem juntas.

Tudo isso em uma única viagem.

Viajar de ônibus é como ter aulas empíricas de sociologia (quando terminei de escrever essa frase, outra criança, esta de sorriso terno, passa ao meu lado) ou antropologia. É enriquecedor conhecer essa amálgama de histórias e, em alguns casos, fazer parte delas.

Já encontrei sacoleiros, viajantes, estudantes, trabalhadores, turistas, aventureiros, nacionais e brasileiros, gente da capital e do dos rincões mais distantes, pessoas sós e eternos amantes. Ou aqueles que simplesmente estão se deslocando de um lugar para outro.

Esta não é uma despedida, estamos longe disso, mas um agradecimento por vocês estarem juntos comigo a cada viagem. Volto em breve.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Parada de ônibus

Pela primeira vez escrevo direto de uma parada de ônibus, coisa da tecnologia. Tenho dez minutos para tomar esse meu pingado e escrever para vocês de meu novo macbook (e dando vivas à tecnologia Wi-Fi).

Hoje o dia foi bastante estressante. A mulher da venda das passagens disse-me que eu estava muito alterado. Pudera, havia largado 1500 reais na mão dela, parcelado outros milão e estava com as horas contadas para decidir minha vida. Por que comigo tem que ser tudo na correria?

Enquanto eu me irritava na agência de viagens, a mulher que me atendia parece que absorvia minhas angústias. Não sei se ela sofre de gagueira, mas estava completamente gaga quando me atendeu. Símbolo de meu nervosismo ou da minha má sorte? Coitada.

Então, de passagem quase comprada, voei para o shopping para me escrever nas conferências (em breve explico o que estou falando). Cheguei no câmbio e os malditos não operavam em coroas suecas (vê se pode). A gente fez um rolo para converter tudo em euros, deixei o pessoal nervoso, mais do que eu estava, larguei mais 900tão e ... perdi o horário do ônibus (que também não avisara que sairia da rodoviária velha).

Peguei o próximo ônibus e aqui estou. E se não correr perco o ônibus novamente.

Até.

Mordendo a língua

Ônibus Garcia, segunda metade da penúltima viagem para Campinas. Ando meio sumido, mas passei correndinho por aqui para rascunhar. Queria escrever sobre o morder de língua. Coisa rápida, prometo.

Há alguns dias venho falando mal da Garcia, empresa da qual peguei birra por oferecer carros ruins para longas viagens. Injustiça. Mas depois das últimas viagens, preciso rever alguns conceitos.

Antes, uma regressão. Vocês já conhecem a história em que peguei o ônibus para fazer a prova de vestibular na UFPR. Aquela família de bom coração que me deu carona para chegar a tempo de fazer a prova. O que vocês não sabem e que naquela mesma viagem aprontei outra das minhas: perdi o ônibus Ouro Verde (do grupo Garcia) que iria para Londrina. A empresa acabou me encaixando em outro ônibus e eu fui de leito, da Garcia.

Outro exemplo aconteceu na semana passada (viagem 14, ainda tem alguém contando?). Lá estava eu pegando mais um ônibus para Campinas. Reclamei e reclamei da qualidade dos ônibus para a mulher das passagens, mas mordi a língua. Doeu.

Quando deu o horário, apareceu o velho conhecido Top Bus da Garcia, aquele mesmo das viagens Medianeira-Londrina, nos idos do século passado quando eu fazia cursinho.

Dormi espichado em uma das primeiras poltronas umas 14h das 16 de viagem para Campinas - foi uma das viagens mas confortáveis neste vaivém doido a Campinas.

Agora, na viagem atual, ônibus portentoso da Garcia novamente. Dois andares, leito e executivo, coisa chique. E na poltrona 39, lá no fundão do ônibus, o carinha aqui dormiu a viagem toda, como um anjo.

Viagem de volta para Foz. Pela primeira vez faço a volta de ônibus, movido por um feriado em Foz do Iguaçu que me desobrigou de correr para o aeroporto. A passagem de volta já está comprada. A empresa? Viação Garcia, claro.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Sem tempo

Oi pessoal. O relógio da pós-graduação está com a corda quase no fim e tenho um monte de coisas pra fazer, não está dando para passar por aqui para rascunhar. Não por falta de assunto. O que falta é tempo.

Poderia contar sobre a chuva torrencial da última viagem de ida. O portal da cidade de Corbélia jorrando abundantemente a água acumulada, como uma cascata perdida em solo urbano. Poderia falar do oposto: fogo no ônibus! Calma, nada comigo, mas uma boa história que ouvi de um trio de falantes viajantes que iam para São Paulo.

Nesta conversa, sem enrolar, poderia comentar sobre um problema marcante em viagens: crianças pequenas. Choro, bater-de-pé, coisas dessa gentinha que não nos deixa dormir. Ou ainda, sobre escolha de poltronas em vôos e ônibus.

Posso ainda falar da mais nova aquisição que vai me acompanhar nas próximas viagens e otimizar essa nossa conversa online.

Mas não vou falar de nada disso. Adio nosso papo e quando puder volto aqui. Aliás, deveria estar terminando um trabalho.

Até breve.