segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Dia 15: pão e circo

Ciao Bello


Decimo quinto dia na Itália (01/03). Texto rápido, estou indo dormir. Hoje foi dia de Coliseu. E de ônibus. Peguei um qualquer para Ponte Mílvio e de lá fui apé até o centro histórico. E como andei, pela via Farmina. O centro é bacana. Começa com a Piazza del Popolo e suas várias igrejas. Um obelisco bem no meio e fontes dos dois lados. Depois, a caótica Piazza Venezia, com o Vitoriano, um templo gigantesco em homenagem a rei Vitorio Emanuelle II. Ele sobre um cavalo, estátuas representando as regiões da Itália. Lindo.



Ali já é a boca da história. Atrás tem o Campidólio, o Foro Romano e o Palatino. Sítios arqueológicos a céu aberto. E o majestoso Colosseu, no final. Peguei um guia eletrônico e fui ouvi histórias sobre o Anfiteatro Flávio, construído entre 70 e 90 d.C., quando esta família mandava por aqui. Na época de Nero foi construída uma estátua gigante ao imperador. O colosso tinha quase a altura do anfiteatro e deu o apelido ao coliseu. Mas nas guerras, derreteram a estátua de bronze para fazer armas.


O coliseu tem vários arcos, o maior só permanece na face norte. É aquela parte maior, depois da quebrada. Ele resistiu a dois terremotos, que derrubaram os arcos maiores. Mas quando a Igreja Católica começou a construir igrejas em Roma, depredaram o coliseu: pegaram o mármore caído para levantar, entre outras, a Basílica de São Pietro. Um papa tornou o coliseu cristão, encerrando a depredação. Uma cruz está lá até hoje.



Dentro é magnifico.  Dá para ver bem as diferentes zonas na arquibancada, designados aos diferentes públicos e diferentes camadas da sociedade. O imperador ficava na boca do palco. Depois viriam os senadores, e assim por diante até chegar aos plebeus livres e às mulheres. Sim, elas eram consideradas a parte mais baixa da sociedade e ficavam isoladas para serem lembradas disso (com exceção da imperatriz e das esposas dos senadores). A entrada era free, tinha comes e bebes e tal (daí a expressão "pão e circo"). Tinha ingresso, com numerada, área de entrada. Como num campo de futebol. E no teto, uma estrutura permitia içar uma enorme tenda cobrindo o coliseu em dias muito quentes ou de chuva branda.


As batalhas aconteciam na arena, que era feita de madeira e tinha areia em cima. Eram homens e animais. Hoje, vemos o subterrâneo da arena, de onde vinham os animais ou objetos cenográficos, para o palco - era içado por roldanas, invenção egípcia. Dos animais, quanto mais exóticos, melhor. Imaginem a primeira girafa? Eles provocavam briga entre animais, ou caça dos animais, animais contra homens e homens contra homens. Próximo ao coliseu tinha a escola de gladiadores, que recebia os corpos (vivos ou mortos) dos homens e animais, e onde ficavam armas e cenografia. Se um guerreiro lutasse bem, mas perdesse a batalha, o público poderia dar clemência, acenando com lenços brancos. Ou mandar matar, gritando algo como "jugular". O imperador dava a ordem do público, com o dedo para o lado se fosse matar.

Os gladiadores poderiam fazer fortunas, com o que ganhavam nas lutas, e construir suas próprias escolas de gladiadores. Poderiam ter carreira sólida, como os jogadores de futebol.


O coliseu é muito interessante e inspira história, embora o monte de turistas. Amanhã vou ao Foro Romano e ao Palatino. Hoje ainda fui ao Pantheon, criado inicialmente como templo de adoração de deus pagãos, mas que depois virou igreja. Lindo, com uma abertura no meio. Tem a praça Navona, onde está a nossa embaixada e a fonte dos quatro rios (Gange, Nilo, Plata e Danúbio), mas ela estava cercada - malditas reformas.


Terminei o dia na famosa Fontana di Trevi, da qual eu sempre falo. Lindíssima. Em uma igreja pertinho fiquei descansando e meditando, aí passou um piazinho brasileiro gritando pra a mãe: "Mãe, me dá um euro!" É a nossa classe média do Brasil ficando mais chique.


Por hoje é isso, beijos para vocês,
Murilo