Foi com este estado de espírito que paguei a diária do hostel na primeira noite em Estocolmo, na verdade a primeira noite bem dormida na Europa. Lembro do Enio tentando me consolar, diante da possibilidade de minha viagem ter chegado ao fim: “Você pode comprar novas roupas em brechós. Dizem que é super barato aqui na Europa”, disse. O que ele não sabia é que eu ainda esperava receber a mala de volta.
Enfim, fomos para o quarto do hostel que ficava, pasmem, sobre as águas. É isso aí, ficamos hospedados em um hostel dentro de um navio. Show de bola. Ancorado no canal de frente para o castelo onde mora a realeza sueca, inclusive a brasileiríssima rainha Sílvia, nossa vizinha de quarto.
A paisagem era de arrasar – não aproveitei quando cheguei porque estava puto, mas pela manhã pude ver bem. No grande canal, alguns navios maiores que o nosso se enfileiravam e, na outra margem, a sempre belíssima arquitetura de Estocolmo: castelos e construções multicoloridas.
Abandonar o navio
O banho quente foi uma dádiva, mas eu precisava acessar a internet. Busquei um wi-fi no navio, só que a tomada era de outro mundo – somente em Berlim eu comprei um adaptador, e até lá fiz minhas gambiarras. Meio que no estilo MacGyver, destruí um adaptador antigo amarrando com pedaços de sacola plástica e apoiando na parede com uma bermuda. Consegui ligar o notebook.
Até aí tudo bem. Só que aquela era minha única bermuda. Quando fui pegá-la paa usar, provoquei um curto-circuito que derrubou a chave de luz do quarto. “Imagine se você bota fogo no navio”, sugeriu o Enio.
Resultado: não consegui wi-fi (explicam-se as não atualizações lá da Europa) e derrubei a luz. Dormimos aquele dia como anjos, mas no escuro.
Adeus Estocolmo
Não conhecemos o Museu do Prêmio Nobel por dentro, mas foi show de bola a recepção na prefeitura de Estocolmo. Um cara cheio de medalhas e pose de fidalgo nos recebeu. Era o prefeito.

Aquelas eram nossas últimas horas na bela Estocolmo. Lugar onde o Brasil triunfou pela primeira vez na Copa do Mundo, em 1958, e onde o meio ambiente ganhou ares institucionais e o conceito de sustentabilidade foi criado, na conferência de 1978. Por dois dias fomos seqüestrados por esta cidade e, só para aproveitar o termo conhecido, desenvolvemos a Síndrome de Estocolmo: nos apaixonamos por nosso algoz.
Mas o passeio pela Suécia continua em Malmö, onde ocorreu a conferencia. O Enio, o Juttel e eu pegamos um trem que atravessou o país rumo ao Sul, naquela cidade portuária. Viagem tranqüila e bastante interessante.
E eu ainda sem minha bagagem.
2 comentários:
Caramba Mu, cara relato que vc posta eu me sinto mais envolvida, essa viagem realmente deve ter sido uma experiência única, um verdadeiro sonho, espero que vc tenha em sua vida muitas outras experiências tão importantes quanto esses dias que vc passou viajando (mas dá próxima vez com malas, né? heheehe)
cara q desespero essa hitoria da bagagem!
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