Algumas coisas, entretanto, acabam ficando óbvias demais. Nos metrôs da Suécia, por exemplo, é fácil se orientar: quando diziam “Nesta” significava “na próxima” estação. Nada mais óbvio. Em Malmö, primeiro dia, o Juttel e eu reparamos os nomes das ruas – terminações em gatan (rua) ou vägen (?). “A próxima rua se chama Industri..., ganha um doce se souber o resto”, dizia eu. “Industrigatan!”, respondia. E o filho da mãe acertava. Na Alemanha, os parques terminam em garten e em Viena as praças em platz. Em Budapeste, tudo é acompanhado por tér ou utca. O primeiro significa praça. Ignoro o segundo.
Aliás, comunicação foi um tema interessante por toda viagem. Na Suécia pululavam aquelas palavras gigantescas, as tremas (ö) e aquelas bolinhas sobre as letras (å). Em Copenhague, a moda são os zeros cortado, sinal do conjunto vazio, que está no próprio nome da cidade: København. Em Berlim voltaram as mega palavras, que continuaram em Viena. Em Budapeste a novidade são as palavras com vários acentos agudos e, por fim em Praga, ficam valendo os acentos circunflexos de ponta cabeça.
Mais interessante ainda foram as tentativas de comunicação falada. O pessoal se orgulhou de ter desenvolvido o inglês e eu me dei bem nos dois dias conversando em italiano com a Frederica e a Rossella. Era hilário ouvir a Frederica dizendo a frase treinada “Eu posso falar português, eu moro no Bexiga!”. Mais hilário ainda era ver o Enio tentando falar italiano, o Juttel espanhol e o Murilo inglês.
Mas em algumas ocasiões é preciso relevar. Passamos por países bárbaros em que o idioma quando não se resume a grunhidos, é um compilado de sons impossíveis de serem repetidos. Ao menos para nós gente normal.
Por exemplo a voz eletrônica no metrô, em Budapeste, logo quando cheguei na cidade. Parecia filme de terror. Pior ainda foi no dia do martírio (leia mais a frente) ainda em Budapeste. O som que saía do sistema de auto-falantes na estação de trem era tudo menos palavras. Ritmado, parecia música. Somente húngaros para entender. Ou nem eles.

Agora, tão divertido quanto não entender patavina é não ser entendido. Na capital tcheca, eu ficava perdido pelas ruelas falando alto “Como é bom falar e não ser entendido. Oi turista, você não faz idéia do que eu estou dizendo”. E o pessoal nem aí.
Nas lojinhas e mercadinhos, depois de comprar coisa para comer sem saber o que era, eu sempre agradecia. Mas em alguns lugares tanto fazia dizer “Thank you” ou “Tua mãe”, a pessoa não entendia mesmo.
Já em Viena, o Juttel abusou. Estávamos no aperto da Fanzone, para ver a final da Eurocopa, e ele gritou para mim: “Murilo, espera que tá apertado. Esta gorda aqui tá me esmagando”. Depois reconheceu que a moça poderia ter entendido. Mas ela não entendeu.

Meu Deus, que maldade!
Mas se virar em meio a idiomas bárbaros não é lá tarefa de outro mundo. Depois do “Do you speak english?” nos restam os gestos. E há certas mensagens que são universais, como perguntar as horas, por exemplo. Basta apontar para o pulso e fazer uma cara de interrogação. Aí não importa se você diz “Que horas são?”, “What time is it?”ou “O corvo pousou sobre meu ombro!”. O cara vai sempre mostrar o relógio.
A moral da história? Sei não. Talvez “quem não se comunica se trumbica” ou “quem tem boca vaia Roma”. Algo assim. Ou em qualquer outro idioma.
4 comentários:
Murilíssimo, utca é rua!
Eita!!!!
É por isso que eu digo:
O puto com cem paus na algibeira se enfia no rabo da bicha em frente ao talho!!
O David postou um comentário interessante na comunidade da Turma da Mõnica, no orkut. Compartilho com vocês:
na islândia já fomos quase presos pq demos comida p/ um cachorro perdido na rua e ele começou a seguir a gente... aí o povo q via achava q o cachorro era nosso... e lá não se pode ter cães sem autorização... muito menos andar com um solto na rua... até explicar o q tava acontecendo...
na primeira vez q fui p/ berlin fui inventar d dar uma volta em torno do quarteirão do hotel p/ conhecer um pouquinho da cidade... só q os quarteirões d lá não são quadrados como os daqui... se vc seguir a calçada direto, sem atravessar ruas, ela não vai t levar até o ponto q vc saiu... quando percebi isso já estava andando ha uns 30 minutos... comecei a me desesperar e comecei a abordar as pessoas na rua p/ ver se achava alguém q falasse inglês... ninguém!!! isso sem falar no povo q achava q eu era um pedinte ou algo parecido... ficava falando "please, please" p/ todo lado e nada... mudei d tática e comecei a falar o nome do hotel p/ ver se alguém conhecia e me indicava o caminho... nada tb... não poderia pegar um táxi pq tava sem um puto no bolso, sem telefone, sem cartão, sem nada... nem o passaporte tava comigo... tb não achava um guarda na rua! tive a brilhante ideia d voltar pelo mesmo caminho q fiz... andei mais d 1 hora!!! nada do hotel aparecer... as ruas lá são muito estranhas... tem ruas q parecem calçadas... não passam carros nessas ruas... eu já tava quase fazendo sinal d S.O.S na rua quando vi um restaurante com uma bandeira do brasil na placa... pensei "tô salvo!!!". entrei lá e não tinha uma alma q falasse português! todos atendentes falavam espanhol! consegui explicar mais ou menos o q tava acontecendo e um dos atendentes conseguiu ligar p/ o hotel onde eu estava hospedado e consegui falar com um amigo q estava lá... e ele foi no restaurante me pegar... tenho q aguentar gozação até hj por causa disso...
por essas e outras é q nunca mais vou a um país d língua off-david sem um cel com gps!!!
acho que a placa da quinta imagem diz "Voce que esta fazendo malabarismos com laranjas siga a direita"
bjs
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