quarta-feira, 11 de março de 2009

Sob o céu escaldante de Budapeste

Foi uma Budapeste ardente que encontrei em meu primeiro dia na capital húngara. Havia chegado tarde no dia anterior, mas a tempo de encontrar um hostel barato (leia “Sob a brisa do Danúbio”, de julho de 2008, o último post que escrevi direto da Europa). Mas ao nascer do dia, minha intenção era explorar a cidade e cruzar algumas vezes o belo Rio Danúbio.

Regata para fazer marra. Espere o fim pelo dia...

Ao fim de dois dias, quando estava indo embora de Budapeste, escreveria: “Ainda guardo nas costas a marca da aventura. Manja aquele queimado ridículo da marca da regata? Estou assim. Saí cedinho de hostel para caminhar e coloquei a camisa da seleção brasileira de vôlei, só para fazer marra. Deu no que deu. No meio do caminho tive que comprar uma camiseta dessas turísticas para proteger as costas, corria o risco de ensolação.”

Entrada da Cidadela: forte húngaro.

“Fora o pimentão do rosto e costas”, continuei em meu relato in loco, “Budapeste foi ótima em seu primeiro dia. Andei, corri de bicicleta, joguei bola, só faltou atravessar o Danúbio a nado para me candidatar às olimpíadas.”


Canhões, tortura, nazismo e comunismo: esses túneis guardam história.

De fato, Budapeste foi show de bola. A cidade é muito bonita, separada em Buda e Peste pelo Danúbio. Conheci a Cidadela, um local onde os húngaros montaram um forte de resistência na 2ª Guerra Mundial – encravado em uma montanha, o buncker é repleto de túneis. Bem cenário de games de guerra, como o ótimo Medal of Honor. Interessante.

Budapeste nas pernas

Buda e Peste separados pelo Danúbio.

Caminhar sempre foi meu forte (vocês verão bem isso no próximo especial) e em Budapeste aproveitei essa vantagem. Venci a cidade nas pernas. Foi caminhando que cheguei ao Royal Palace, sempre na margem Buda do Danúbio – Peste eu veria no outro dia. Neste dia andei feito um camelo. Ou seja, taquei um beduíno em cima das costas, tomei vinte litros de água e sai num bater de cascos pelas ruas de Budapeste.

Aos fundos do Royal Palace, uma estátua bem húngara.

Colorido na cidade emparedada.

Janela da igreja abusa de círculos nada concêntricos

Igreja colorida e estátuas. Budapeste está cheia disso

Minhas costas ardiam enquanto eu andava por aquela cidade entre paredes. Tive que me cobrir com uma camiseta turística para não sofrer de ensolação. A cidade é muito bacana, com construções coloridas, ruas labirínticas e chão coberto de pedras. Uma belíssima vista do parlamento húngaro, do outro lado do Danúbio.

Danúbio e o parlamento, mais ao fundo o Royal Palace

De lá, ainda pé ante pé, cheguei a uma ilha no meio do Danúbio, usada para recreação de budapestinos e visitantes. Um verdadeiro parque, com direito a chafariz e seu balé da águas, grandes bosques, ciclovias, e repleto de pessoas comendo lanche, tomando cerveja Soproni e caminhando.

Dança das águas num chafariz. Para refrescar a cuca e relaxar

Praticantes de Le parkour. O franceses é por minha conta

Aluguei uma bicicleta para conhecer o parque. Bonitas paisagens, franceses praticando Le parkour, senhoras sentadas em cadeiras e casais sob árvores. Encontrei um grupo de iraquianos e húngaros jogando futebol e me integrei ao time dos asiáticos. Não fiz feio: com um gol de cabeça, fechei a fatura do jogo. Quando disse que era brasileiro, o pessoal tremeu nas bases, hehehe.

"Eu não aguento eu não aguento / estou diante do Parlamento. É de noite é de dia / no Parlamento da Hungria"

O fim do ótimo dia, que infelizmente não posso detalhar por não me lembrar de tais detalhes, chegara ao fim. Foi caminhando, sempre caminhando, que atravessei mais uma vez o Danúbio e conheci o belíssimo parlamento húngaro.

Royal Palace, enfim de frente

E foi caminhando que cheguei morto de cansado ao hostel, bem longe dali. Diante do espelho conferi o estrago nas costas e me preparei para o segundo dia em Budapeste que tinha tudo para ser perfeito.

Fim de dia e um vermelhidão já realçado em braços, ombros e pescoço

Mas não foi bem assim.

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