Alguém me disse pouco antes de viajar que o sentimento de inveja se tornara pena quando soube que eu iria sozinho. “Ó, quão infeliz é o Murilo que não leva consigo um amigo a tiracolo”, teria pensado meu interlocutor em sua versão poética. Não poderia estar mais enganado.
Os dois dias em Salta, e todo o resto da viagem, provam que mesmo viajando sozinho você nunca está sozinho. No breve período na cidade, fiz amigos que quero preservar por muito tempo.
O pessoal gente boa de Salta estava hospedado no hostel El Andaluz, na Calle Córdoba. Foi lá que cheguei depois de algumas informações de agências. Pessoal animado, clima de mochileiros mesmo, gente de bem com a vida. Uma turma de latinos, entre argentinos, italianos, franceses e um único brasileiro.
Com eles curti boas músicas e conversas, no sofá, matando o tempo durante uma tarde de sol. Ou a noite, enquanto Gabriel arrancava som de uma garrafa PET com canudinho, Juan Garcia (o nome chavão argentino) no violão e Diego no batuque.
“Ensaiamos isso quando éramos presos políticos”, confessou Gabriel. “Éramos presos políticos porque roubamos a carteira de um político”, concluiu. O som também inspirou comentários do francês Anatole: “Música de negro”, disse.
Mas então Gabriel pegou seu chalango feito do casco de um tatu e a dupla com Juan Garcia continuou. Música boa entre amigos! Ainda no sofá, as conversas eram uma mistura de castellanos: o argentino, o italiano, o francês e o brasileiro. Leia mais adiante um comentário sobre os idiomas.
Bate-papo latino no sofá. O argentino Gabriel, a francesa Marine, a italiana Elisa e o brasileiro aqui
Também com eles, saboreei jantares coletivos. Não apenas a macarronada com vinho, do último dia, mas o assado tipicamente argentino. O melhor do mundo, segundo Gabriel. A batata assada, digno de nota, também arrancou suspiros de um casal de suiços. Estava de fato ótima.
A gente se divertiu a beça!
Mas era hora de curtir a pequena cidade. Em seguida, um giro rápido por Salta.
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