As pétalas da margarida: Enio e Juttel, Flavitcha e Davi, e nosso grande irmão, Hércules Menezes, que ficou no Brasil
Com o fim da pós, o blog correu o risco de cair no limbo, mas foi salvo pela viagem no meio do ano passado. Nasceu o Especial Europa, um espaço para narrar as viagens in loco e contar as aventuras por lá. Bem, in loco mesmo não deu certo, mas prometi contar tudo o que aconteceu quando voltasse para casa.
O resultado vocês viram, uma das maiores enrolações da história dos blogs: meses para terminar de escrever sobre uma viagem de duas semanas. Nos últimos dias dei um gás e, meio a toque de caixa, no apagar das luzes, terminei de forma sôfrega a viagem pela Europa.
Falta o voo final. Aquele entrar no avião e dizer adeus a tudo. Tão rápido, mas tão rico em histórias que, embora tudo tenha ocorrido há tanto tempo, ainda causa saudades.
Mas as despedidas podem vir antes do voo, antes de o continente europeu ficar pequenino pela igualmente pequena janela do avião. Despeço-me não só daqueles momentos felizes, de aprendizado, conhecimento e turismo, mas das pessoas que conheci, e daqueles que fizeram parte dessas histórias desde o início: a turma do “Bem me quer, mal me quer”.
Das seis pétalas da margarida, cinco defenderam a instalação na Suécia. Hércules ficou no Brasil, mas nem por isso deixa de ser homenageado. Além dele e de mim, Davi Santaela, Flávia Dourado, Enio Rodrigo e Luiz Paulo Juttel fizeram e aconteceram em solo europeu. Meus agradecimentos, pela amizade e por compartilhar momentos inesquecíveis, ficam registrados por aqui.
Então no fim da viagem fiquei sozinho. Após o derradeiro adeus a Juttel (depois de então nunca mais falei com ele pessoalmente), segui meu rumo comigo mesmo. Meu carma, lembra? E foi assim que peguei o voo final.
Voo final
Não foi fácil acordar na manhã do dia 06 de julho de 2008, último dia na Europa, para pegar o voo de volta ao Brasil. Tive que apelar para o celular de um finlandês, que dividia o quarto do hostel. De lá para estação de trem e da estação para o aeroporto de Praga. Faria conexão no bom e velho Schiphol, em Amsterdam, e seguiria viagem.
Embora seja difícil acreditar, não houve muito estardalhaço na viagem de volta. Curti a vista aérea de Praga e o curto trecho até Amsterdam. Estava exausto, mas bem aceso quando pousamos no Schiphol.
Na verdade, estava eufórico, meu voo para o Brasil sairia em minutos, segundo minhas contas, e uma fila dentro do avião barrava minha passagem. Nunca corri tanto. Atravessei o maior aeroporto europeu correndo como atleta velocista e cheguei suando no meu portão de embarque. A fila já estava armada, mas tinha ainda lá meus trinta minutos.
E a água do Danúbio ficou. A primeira da minha coleção de águas, como era esperado, não passou pela inspeção rigorosa do Schiphol. Tenho que voltar para Budapeste, ou qualquer uma das sete capitais banhadas pelo Danúbio, e pegar a água de novo.
No voo, o sotaque brasileiro reapareceu. Já não podia falar bobagem sem ser entendido, os brazucas dominavam. Conheci um pessoal gente fina que fizera uma excursão pelo Egito. E três rapazes tão sobreviventes quanto eu: pegaram um voo do Brasil para Portugal, mas foram barrados na conexão em Schiphol, ficaram três dias no aeroporto e voltaram embora!
E eu reclamando das minhas noites de sono em Guarulhos...
E foi lá que cheguei numa tarde de domingo. Faria a conexão para Foz, pegando o bom e velho 3557 da TAM. Busquei minha bagagem na esteira e a minha roleta da sorte em viagens tornou a girar. Como se voltasse ao passado e revivesse o drama de Arlanda, em Estocolmo, fui novamente premiado:
A companhia tinha perdido de novo minha bagagem!
Um comentário:
pARABÉNS, mURILO. vOCÊ REALMENTE MERECE. Todos nós, jornalistas, sempre dizemos que vamos escrever o que vivenciamos... bem, se isso realmente acontecesse não teria gente no mundo para ler nossa produção. Você demorou, mas conseguiu. Parabéns de novo. Super beijos,
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