Vivi com meu amigo e irmão Luiz Paulo Juttel por quase um ano em Campinas. Dividíamos a mesma kitinete, fazíamos juntos o curso de inglês, o Labjor e tudo mais. Tinha hora que não podia ver a cara do catarina, mas ele é gente boa. Como o quase ano de 2007, durante o tour pela Europa fizemos uma programação casada. Mas assim como acabou nossa vida rachando apê, a aventura da dupla pela Europa também chegara ao fim.
O cenário para despedida não poderia ser melhor: Viena. Depois de embrenharmos entre alemães e espanhóis e bebermos juntos a vitória destes últimos, depois de compartilharmos o chão público da Westbanhof, era hora de conhecermos o que a capital austríaca tinha de realmente bonito. E opções não faltam.
A primeira coisa a se fazer, no entanto, foi encontrar um hotel de verdade. Nada de terminal público. Coisa digna! Em respeito às nossas costas, buscamos o acalento de um IBIS. Por lá vimos coisas bizarras como um grupo de mulheres fazendo uma espécie de treinamento-dança-marcha sei-lá-o-que na recepção. E de lá, enfim, fomos conhecer o mundo preservado na redona de vidro da capital austríaca.
Viena, redundante dizer, é linda. E parte dessa beleza está espelhada na imponente Alexander Dom, a catedral no centro da Alexander Platz. Belíssima, escura e gótica, parada obrigatória para os turistas na cidade. O centro de Viena, aliás, é bastante cultural. Uma caminhada e você dá de encontro com uma asiática dedilhando um piano. Rapsódia Húngara, lindo. Um pouco mais e encontramos pessoas se apresentando na rua e jornaleiros com exemplares do Kronen Zeirung debaixo do braço. Quase uma Boca Maldita, no coração de Curitiba, mas com ares europeus.
Conhecemos os gigantescos jardins do Palácio de Schönbrunn e arriscamos o mesmo roteiro do dia anterior. Castelos, palácios e praças colossais, mas sem o colorido da final de campeonato. O amarelo de fim de tarde anunciava o tardar da hora, mas ainda dava tempo de passar no bacaninha museu Albertina, com algumas exposições modernas de Paul Kee, as figuras de Oscar Kokoschka e clássicos belíssimos de Monet a Picasso. Show. Ali pertinho, era hora de dizer adeus.
E para quem passou por toda Europa (uma parte dela, vá lá) provando as cervejas aqui e ali, nada melhor à dupla dinâmica brindar a separação com cevada. Em Viena, Ottakringer, uma cerveja de estudantes. Bem boa.
Juttel estava apressado, e meio perdidão (assim como eu). Meio litro de Ottakringer não é para iniciantes. Meio cambaleando ele correu para sua condução e eu fui dar mais uma volta pela cidade. A despedida foi meio assim, também na correria – abraço apertado e até logo. “Nos vemos em Praga”, disse ele.
Mas eu não o veria mais, nem na Europa nem no Brasil. Tinha outros planos para meu fim de viagem...
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