Parecia que Praga desconfiara de minha despedida da Europa, tão calorosa fora sua recepção. A despeito do tempo fechado pela manhã, os checos não estavam. Adorei a cidade, ao lado de Estocolmo a mais bonita da viagem. E conheci algumas coisas bacanas nos dois dias que fiquei por lá.
Andar sem rumo por Praga é ótimo, mas há roteiros obrigatórios, claro. Um deles, a praça velha do centro onde se concentram os turistas com sua diversidade linguística. É ótimo falar português e sair pela rua tagarelando sem que ninguém entenda. Na praça tem o relógio astronômico todo bonito e jeitoso, mas indecifrável para um turista pouco empenhado como eu. Tem também a catedral de Tyn, que, estranha, fica atrás de uma construção mais recente.
Outra parada mais óbvia é a Ponte Carlos, ou Charles Bridge, ou o mesmo nome em checo. Lindíssima, toda ornamentada com estátuas e repleta de turistas e muito comércio. A noite, há também mendigos com seu plano de marketing perfeito: de joelhos diante de um chapéu, eles ficam em posição de oração e assim permanecem imóveis. Comovente!
Do outro lado do Rio Vitava, Praga mantém sua formosura. As construções, os jardins, as praças e o ótimo Museu Franz Kafka com um curioso chafariz na entrada e muita história do cidadão ilustre.
Mas o legal é andar pela cidade, não como Josef K., de O Processo, buscando por justiça. Tem que desbaratinar mesmo para encontrar as várias lojinhas com seus artesanatos espalhadas pelas ruelas. Típico. Além das matrioshkas russas, há centenas de marionetes de todos os formatos e preços. Alguns são verdadeiras obras de arte.
Assim meio an passant, também tem o Museu do Comunismo, localizado acima do McDonald's (ótimo!). Mostra bem a ojeriza da atual Praga, assim como Budapeste, pelos tempos fechados da Cortina de Ferro. O museu é ótimo, cheio de informações sobre este período da história da República Checa.
Não me cansei de ver castelos em Viena, nem cidade medieval de Budapeste. Em Praga, no segundo dia, era a vez de conhecer o imponente castelo. Uma verdadeira cidade emparedada, com jardins, igrejas e construções fantásticas. Andar o dia todo pelas ruas do castelo foi um ótimo desfecho para uma viagem que se encaminhava para o fim.
Mas havia tempo para assistir a uma apresentação no teatro Lanterna Magika, um conceito muito interessante de teatro. Os atores contracenam com cenários e outros atores projetados em uma cortina – personagens vem e vão pelo vídeo. Muito bom.
E como a regra em Praga, aliás em toda Europa (mais aliás, em toda viagem), é andar, me despedi de toda essa aventura com uma boa caminhada noturna. Rumei para o hostel. No outro dia cedinho pegaria o voo de volta para o Brasil.
2 comentários:
Você procurou saber se os mendigos sobre a ponte pertencem a alguma ordem? Eu não acho informações a respeito.
Pareceu-me mais uma prática mesmo. Mas, depois do terceiro na mesma posição, eu deveria ter perguntado. Na próxima vez que for lá, o faço, heheh.
Obrigado pelo comentário!
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