A despeito das imagens, a viagem até o Chile é quase isenta de comentários. Focalize as imagens, diria. O máximo que rolou foi um bate-papo com as portuguesas no banco ao lado, após um tempo sem ouvir o idioma pátrio.
Não era com bons olhos que a alemã ao meu lado via a minha empolgação com aquela tonelada de fotografias reais prontas para ser digitalizadas. Ou, ao menos, foi essa a impressão que ela me passou. Bem, pudera, com a máquina na mão eu não parava quieto: foto disso, daquilo e daquele outro. E eu puto da vida porque o ônibus não faria nenhuma parada.
Ou uma única, na fronteira da Argentina com o Chile. Aproveitei o esticar de canelas para, depois de resolver minha questão alfandegária, conferir o que um grupo de pequenos argentinos faziam a distância. Era o ensaio de um desfile para uma festa que aconteceria naquela noite. Mais uma vez blasfemei mentalmente por depender da boa vontade do ônibus e do roteiro pré-programado do motorista.
Ainda volto ao Chile de carro ou de moto.
Crianças argentinas em desfile cívico. Gostaria de ter ficado, mas nós não podemos ter tudo nessa vida de Deus
O ônibus estava partindo, tive que correr atrás dele para não ficar preso para sempre no alto dos Andes. Segui viagem e, após subir e descer, digitalizando as fotografias reais, cheguei ao Chile. San Pedro del Atacama, no pé do vulcão Licancabur e no coração do deserto do Atacama. Lá, a história rendeu um pouco mais.
Um comentário:
Suas fotos estão todas muito boas Murilo, mas essa das crianças me chamou muito a atenção em especial. Chocante, no bom sentido!
Parabéns!
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