quarta-feira, 8 de abril de 2009

Com o bolso cheio de pesos chilenos

O cara do câmbio estava tentando me sacanear em Miraflores, bairro nobre de Lima. Em Cusco a cotação estava bem melhor. Mas não tive muito o que fazer: troquei meu último punhado de pesos chilenos por soles peruanos. Viajaria de volta no dia seguinte ao Brasil.

Pesos chilenos: companheiros de viagem

Se fiquei pouco tempo no Chile, a moeda local me acompanhou por toda a viagem. Talvez lembrança de que eu precise conhecer melhor o país. De fato, enchi o bolso de pesos chilenos em meu último dia em San Pedro del Atacama e fui trocando aos punhados nas outras cidades.

No fascículo ainda no prelo dos Métodos Fáceis de se Perder Dinheiro, recomendo que você ande com uma única moeda e troque nas casas de câmbio ao bel-sabor do contador local. É incrível como a sua moeda tem “desvalorizado nos últimos dias”.

Se você vai trocar pesos por soles, os pesos “desvalorizaram nos últimos dias”. Mas se for o contrário, soles por pesos, “nossa, como os soles vem caindo no mercado”. E assim por diante. Quiseram trocar nosso rico Real a 1 por 1 com os Soles. Mas aí fiquei puto.

Fim de viagem: Real 1 por 1 com Novos Soles. Show!

Tudo começou, como vocês bem sabem, quando não saquei o dinheiro em banco no Brasil. Comecei a viagem com o pé esquerdo, e de chinelo, e tive que enfrentar o Calvário em Salta. Em San Pedro, estava naquela de “ou resolvo a questão ou ponho um fim na viagem”. Aí me apresentaram um tal Western Union e uma pessoa me salvou.



O Wester Union é um serviço para receber dinheiro no exterior. Fácil e sem burocracia, tivesse sabido antes não teria perdido tanto tempo. Quando já cogitara até que alguém me mandasse o dinheiro pelo correio, resolvi ser sensato. E contei com o meu salvador.

O Flávio deve se lembrar das vezes que me recebeu em casa, quando eu ainda não morava em Foz e tinha que viajar toda semana pra Campinas – o que motivou a criação desse blog, quem lê sabe. Mas o Flávio está sempre disposto a ajudar.

Na Bolívia, os baratos bolivianos (moeda, não cidadão) me saíram caro

Foi assim que, com minha autorização, ele sacou uma grana alta da minha conta, enfrentou chuva e fila, transformou em dólar, não conseguiu depositar, transformou em real, depositou no Western Union e chegou ao alto da escada dando soquinhos no ar e cantando “Eyes of the tiger”. Ufa!

Ainda assim, na terra de Evo a viagem foi bem barata

O dinheiro estava lá. Bastava um número e eu pude abraçar centenas de notas... de pesos chilenos. Ao menos evitei a cotação ladra de San Pedro, que não pagava nada pelos meus poucos reais. Era meio da tarde de meu segundo dia em San Pedro e eu estava disposto a pagar tudo.

E foi com este espírito que me encontrei com os gaúchos e brasilienses para conhecer uns vales de nomes sugestivos.

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