quinta-feira, 1 de julho de 2010

Enfim, no umbigo do mundo

A buzina do táxi já tinha tirado o Marcão do sério e estava fazendo o mesmo comigo. Em Cusco, o sinal é a buzina – os taxistas não podem ver viajantes andando que “barulham” para saber se queremos o serviço. Queríamos só andar, sem pressão. Difícil.

No umbigo do mundo, enfim

Na rodoviária de Cusco já tinha sido assim. Entre os gritos de vendedores de passagem, uma mulher nos pressionou com sua opção de hostel, o melhor da cidade e com o melhor preço. Eu estava disposto aceitar, mas o Marco não. “Melhor andarmos e procurarmos nós próprios”, falou em castelhano. Pegamos um táxi, caminhamos. Antes disso, vi o Daniel andando sozinho pela rodoviária. Sabia que me encontraria com ele novamente.

Batemos perna por Cusco, sempre com a melodia infernal dos taxistas. Malditas buzinas. Passamos pela Plaza del Armas, no centro; fomos recusados em um hostel, mas encontramos outro, muito bom, diga-se, da rede Backpackers. Boa cama, bom banho e um bom café da manhã. Havíamos encontrado o nosso lar no umbigo do mundo.

El Sol ou Inti K'ijllu? Principal rua mostra a mistura de culturas

O centro de Cusco é louco. As pessoas querendo vender de tudo, mulheres oferecendo massagens. Sei, massagens... Turistas de todos os cantos. Estávamos diante do perfeito exemplo de destruição de uma cultura por outra. Sobre o cadáver dos edifícios incas, imponentes igrejas espanholas tomavam conta da vista. E o comércio tomando conta de tudo. Bonito, mas triste.

Marcão, ao seu jeito, curtindo Cusco

Nas andanças nos juntamos à Paula, uma brasileira perdida por Cusco. Andamos a nossa maneira, meio querendo fazer nada. O estilo Marco e Murilo de ser que só uma terceira pessoa se adaptaria. Mas Paula não era como Ben, e não se adaptou. Tiramos nossas “mesmas fotos”, trilhamos pela calle El Sol, vagamos pelo Centro de Artesanato. E cruzamos mais uma vez com Daniel.

Bom encontrar um velho amigo, o mesmo que me acompanhou por todo o tour em Uyuni, agora ali, em Cusco. Estava com uma amiga também, outra brasileira. Os cinco andamos juntos, almoçamos algo qualquer e experimentei a tal chicha morada – um suco à base de milho roxo. Doce, mas estranho.

Daniel, de volta e novos amigos de viagem

Chovia em Cusco, e Paula já se integrava aos dois novos colegas. Tentamos conhecer os atrativos da cidade – as igrejas, o convento. Construções incas, agora católicas. Vimos umas apresentações culturais, danças típicas de várias regiões do Peru. Bem interessante, um dia de Cusco. À noite, fotos da igreja, sob a chuva. Marco se deu bem por ter um mini-tripé. Eu tentei segurar a câmera no muque. Não fizemos a mesma foto.

Chove em Cusco. Fotos noturnas e eu sem meu tripé

Depois, janta. Marco estranhava nosso modo brasileiro de nos comunicar e ficou um pouco na dele. As vezes eu traduzia uma ou outra piada, mas no idioma universal, meu amigo portenho saboreava uma boa cusqueña – a cerveja local – conosco.

Danças típicas peruanas, no centro cultural

Era tarde quando voltamos ao hostel. Cansados, não nos incomodamos com as pessoas que dividiam o quarto ou com a bagunça que acontecia no salão de festa. De fato, um bom hostel, mas no outro dia, teríamos uma missão importante: trilhar até Machu Picchu.

Um comentário:

claudemir disse...

Fala Murilegends. Po te mandei um email esses tempos te convidando pra viajar e tu nem respondeu. Chegou a receber? To indo pra patagoia em setembro, vamo?