terça-feira, 6 de julho de 2010

Pelas santas do Vale Sagrado – parte 2

Quando cursava jornalismo, em Curitiba, adorava, nas férias, voltar para a casa dos meus pais, em Medianeira. A mãe fazia a comida mais trivial de todas – arroz, feijão e carne de porco – e eu me fartava. “Deve passar fome em Curitiba, este menino”, talvez pensasse minha querida mãe. Não era isso. O fato é que até a comida mais trivial vira a ambrosia dos deuses, depois de meses comendo em restaurante universitário. Ainda mais, se for comida de mãe.

Feijão, arroz, frango à milanesa e um café especial. Satisfeito

A lembrança veio após a segunda colher de um delicioso feijão com arroz em Santa Teresa, a segunda santa de nossa história. “Ainda volto aqui”, dizia Marco, deslumbrado com a pureza e o encanto da cidadezinha. Eu me divertia com o feijão, após quase um mês viajando por cidades pouco afeitas a nossa iguaria tão brasileira.

Corre menino: fim de aula, na praça da cidade

Santa Teresa, de fato, é uma graça. A cidadezinha foi totalmente soterrada por um deslizamento de terra e reerguida pelos próprios moradores. Em homenagem ao povo, foi construída a Plaza Cívica de la Solidariedad, diante da qual eu saboreava meu feijão, arroz, salada e frango à milanesa. No fim do almoço, um café diferente – um concentrado líquido que colocamos na água quente com açúcar. Muito bom.

Plaza de la Solidariedad em homenagem ao povo de Santa Teresa

Ficamos aproveitando aquela pequena cidade, ali, de sua praça principal. As crianças, voltando da escola, corriam aqui e ali; senhores passavam de bicicleta. E para testar se de fato fazíamos sempre a mesma foto, Marco e eu trocamos de câmera. As fotos ficaram iguais...

Mesma foto: trocamos as máquinas. Não adiantou

A parada foi ótima, mas tínhamos que seguir caminho. Um cheiro bom tomava conta do ar: compramos pão quentinho e outros quitutes para a viagem. “Tenemos que meter un buon paso”, recomendou Marco. Era meio da tarde, o tempo esta fechado e não poderíamos correr o risco de encarar estrada a noite.

Caminhamos em direção a uma hidrelétrica.

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