quarta-feira, 28 de outubro de 2009

No sol e na ilha, mas sem Paceña

Terra onde nasceu o primeiro líder inca, Manco Copac, a Ilha do Sol exala história. Uma mistura de lindas paisagens e muita, mas muita cultura inca – além da de seus antecessores, os tiwanacu. Ali, na fronteira com o Peru, o lago Titicaca e sua mais bonita ilha dava uma sugestão de o que viria pela frente.

Paisagens fantástica e muita história, a Ilha do Sol era uma mostra de o que a viagem nos prometia

Mas antes, fotos. A Ilha do Sol é repleta destas fotografias reais, loucas para ser digitalizadas por objetivas. A nossa Estocolmo sulamericana, só para manter as comparações entre o Especial Andes e o Tour pela Europa. “Para onde apontar a objetiva e disparar a câmera a foto ficaria boa”.

A briga entre mulher e gado, e uma chola solitária. Conhecemos também a população local

Logo no desembarque, o sol apareceu e iluminou a paisagem. O azul do céu e do lago ficou mais bonito, o povo local, seus hábitos, sua cultura, tudo ficou mais bonito. Mais fotografável. “Misma foto, Murilo”. A frase-chavão seria repetida muitas vezes aquele dia.

Pelos caminhos, ovelhas, pastores e lhamas

Nosso guia local cantava malemal no idioma castelhano. Falante de aimará, o idioma dos antigos tiwanacu, ele se esforçava para se fazer entender. E sacrificava uns “oquei” no fim das frases. Mas foi proveitoso, nos ensinou sobre a ilha, sua geografia e sua história.

Vendedora de brincos e artesanatos, uma argentina que escolheu a ilha para viver

Falou, por exemplo, das crianças que vivem na parte sul da ilha e precisam caminhar 40 minutos para chegar ao norte, estudar. Ou sobre os tiwanacu que foram conquistados pelos incas, e dos incas que perderam tudo para os espanhóis. Estes últimos descerem a lenha, saquearem e fizeram a festa – dos templos lotados por fina cerâmica e metais preciosos, só conhecemos as ruínas.

Os rituais dos antigos moradores ainda são praticados nesta mesa de pedra

Nosso guia nos contou, ainda em seu castelhano arrastado, sobre o festival aimará, celebrado em 21 dias de julho. Uma lhama é sacrificada, seu coração arrancado e dedicado ao sol e à lua, e seu corpo e louvado à terra, a Pacha Mama. Pobre lhama.

Caminhos, longos caminhos por uma ilha cheia de surpresas

Ao conhecimento histórico, acrescentamos uma boa caminhada. Uma americana se juntou a nós e fomos ouvindo o que ela tinha a acrescentar sobre a história. A cada informação relevante, eu dizia: “Dá mais água pra ela”. A menina não parava.

Mulher sem face (o flash falhou) e o "ahora me pagas" sendo praticado nos pedágios da ilha

Subimos e descemos montanhas. Cruzamos com paisagens azuis, lhamas, pastores e suas ovelhas, ruínas e muita gente local, principalmente nas divisas das partes da ilha: a cada passagem, tínhamos que pagar pedágio de 5 bolivianos. A frase símbolo da Bolívia, “Ahora me pagas”, nunca esteve tão presente.

Barco solitário no 'mar' Titicaca

Sem Pacena

Fomos os últimos a subir no barco, que já nos aguardava do outro lado da ilha. A Isla del Sol era um aperitivo da cultura inca, apenas o começo. Mas em matéria de beleza, tínhamos alcançado o ápice da viagem. Ainda paramos nas turísticas “Islas flotontes”, um meio metro quadrado de palha, ocas e barcos onde os turistas subiam e pagavam para tirar fotos. A definição se resume em uma palavra de Marco: “Malísimas”.

Malísimas. Não saímos do barco para fotografar as Islas Flotantes. E na despedida de Ben, ficamos sem Paceña.

Em Copacabana, de novo tínhamos pressa. Nosso ônibus sairia para Cusco, mas Ben não iria conosco. Marco e eu rumávamos em direção ao Peru; Ben retornava a La Paz e depois à Argentina. A sociedade estava desfeita e, pela pressa, não conseguimos sequer tomar uma Paceña para brindar nosso amigo norte-americano.

5 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

muy buenos recuerdos amigo murilo!!!!!
paceña ES cerveza

Anônimo disse...

jaja soy marco

Cristiano Contreiras disse...

Muito bonita as fotos, extremo bom gosto este blog!

seguirei, abs