Foi com sentimento de dever cumprido que nos despedimos de Malmö no dia 27. Uma tarde ainda ensolarada apesar do tardar da hora, fomos caminhar pelo centro daquela pequena cidade. Passeamos por um feira e sentamos uma última vez em um bar para tomarmos a cerveja local. Aquele tinha sido um dia muito bom. Tinha sido o nosso dia em Malmö.
Na noite anterior, Davi, Flávia, Juttel e eu nos reunimos no hall de entrada do hotel Íbis. Precisávamos afinar o discurso, preparar os slides e deixar tudo acertado para o nosso porta-voz Davi: dia 27 era o último e também o dia mais importante. Dia de apresentarmos o “Bem me quer, mal me quer” na Suécia.
E não fizemos feio. Na verdade o Davi não fez. Apresentou uma a uma as cinco peças que compõem a instalação. “Bem me quer, mal me quer”, uma expressão bonitinha que venho falando há tempos. Mas o que significa?
Em síntese, foi uma instalação artística que fizemos no Museu da Imagem e do Som, em Campinas. Fruto de uma disciplina do Labjor, a Oficina de Multimeios, a instalação usa a ferramenta artística para refletir sobre a divulgação científica. O que pensam as pessoas sobre a ciência, especialmente, sobre as biotecnologias? Como a mídia divulga ciência? De que maneira aparece a dicotomia (bem e mal) nas notícias sobre biotecnologia.
Para entender direitinho sobre a instalação, os mais interessados podem dar uma espiada nesse vídeo no Youtube. É um compilado de matérias e vídeos.
Na apresentação, em Malmö, Davi foi direto. Expôs os nossos conceitos e objetivos, e soube resumir o que significou para nós fazer o "Bem me quer". Resumiu. Na platéia, nossas amigas italianas, a colega turca de belos olhos e um representante do Ministério de Ciência e Tecnologia, Ildeo de Castro, que ficou muito interessado no tema. Nosso trabalho estava feito.
As horas a mais em Malmö, na Suécia e na Escandinávia já estavam no lucro. Sentimos aquele climazinho de adeus, ou até à Índia, em 2010. Demos uma última passeada pela Universidade de Malmö e nos despedimos, ora com a cabeça, ora com abraços calorosos aquelas pessoas de quem tínhamos ficado amigos ou apenas conhecidos.
Apos uma breve chuva, que interrompeu nosso passeio pela cidade sustentável, fomos para o centro de Malmö. Desencontrei-me do pessoal, mas depois de feirinha e praças, nos encontramos novamente. De novo na mesa de bar, a última da Suécia, a última da equipe do "Bem-me-quer". E de novo cerveja.
No bar, dinheiro na mão, paguei a quem devia. Entreguei minha última coroa sueca. O Luiz ficou me incomodando, sobre migalhas para pagar o táxi e eu me desesperei: “Eu não tenho mais coroas, Luiz. Eu não estou mais Suécia! Não estou mais na Suécia!” O pessoal riu muito.
Caminhamos para o fim. Demos adeus ao Ênio e acompanhamos Flávia e Davi para o hotel. Eram nossos minutos finais em Malmö, mas tinha tempo para um último encontro. Aliás, reencontro.
O emocionante e duradouro reencontro com a minha bagagem.
A continuação dessa viagem, agora cheirosinho e de roupa limpa, você acompanha no próximo post. Até lá.
2 comentários:
Bem, após um long long time, até que não é tão ruim o final né mesmo?
Eu sei que o nome parece autoexplicativo, mas como é a cidade sustentável?
Postar um comentário