segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Dia 10: Ronaldinho Gaúcho, o carrasco de Firenze

Ciao bello,

Décimo dia de Itália (24/02). A garganta dói, ouço música brasileira na casa de meu CS [couchsurfer], o irmão dele é músico e está mostrando algumas músicas do Youtube. O Vanni está preparando uma bella pasta all' amatriciana con pancieta (bacon) e pomodoro (tomate). Está quente aqui, bem diferente de lá fora onde eu estava até agora. Jogo da Fiorentina contra o Milan. Maldito Ronaldinho.

Olá pessoal, o dia em Firenze hoje foi muito bom. Dormi e suei bastante a noite. É bom para passar a febre. Tomei um chá muito bom ontem a noite, quentinho e com mel. Acordei bem melhor. Não sei se estou com inflamação de garganta. Se estiver, tô ferrado. Vamos ver com acordarei amanhã (estava me esquecendo de tomar água aqui na Itália, acredita. Agora estou tomando bastante água e comendo direitinho).
 
Gato e cemitério, um clássico. Mas este gato esta na rua mesmo...

Bem, acordei e peguei carona com a mãe de Vanni, a simpática Dona Rita, até o estádio, para comprar o ingresso. Gente boa a Dona Rita, mas fala mais que a Bruna quando está empolgada. Parei no estádio e comprei, fácil, o ingresso. Encontrei um italiano que fala português (é casado com uma brasileira, tem muito disso por aqui) e ele me deu a dica do melhor lugar.

 
 As vespas características da Itália e o mercado repleto de brasileiros

Aí fui caminhar. Buscava um cemitério específico e encontrei o errado. É fácil andar por Firenze com um mapa na mão. Tinha muita coisa para ver, mas pouco tempo. Então passei pela Piazza del Duomo e fui direto ao mercato, onde tinha marcado de me encontrar com o Vanni para almoçar. Passei por uma ferinha bem legal, cheia de brasileiros (ali, o idioma oficial é português). Fiquei batendo mó papo com os brasileiros e cheguei ao mercato, mas não encontrei Vanni. Trocamos algumas mensagens e ele: "Mas tu sei en mercato San Ambrogli?" Eu tinha errado o mercado.



O belíssimo Duomo, por dentro e por fora

Andei um pouco mais e fui chegar à Piazza del Duomo. A catedral Santa Maria del Fiore (o Duomo) é lindíssima por fora, mas bem simples por dentro. Interessamte, não tinha cadeiras, só um amplo espaço aberto. Na cúpula, o belíssimo Juízo Final, de Giorgio Vassari. E na parte debaixo, as ruínas. A catedral foi construída em 1436. Mas aí construíram outra em cima e depois outra e mais outra. Umas cinco, pelo menos. Nas ruínas, dá para ver os vários perfis, interessantíssimo.

No subsolo, as ruínas e os vários perfis das igrejas construídas uma sobre a outra

Na piazza, tem a trindade catedral, batistério e campanário. O Batistério de São João é perfeito. Tem três portas divinas, uma delas foi chamada por Michelângelo de a Porta do Paraíso, tamanho o esplendor. Elas foram feitas por Lorenzo Ghiberti, então com 21 anos. Ele levou outros 21 anos para finalizar as portas, com 28 painéis que narram cenas do Novo Testamento. No interior é ainda mais magnífico. Mosaicos venezianos brilham como ouro, e narram cenas de tortura do Julgamento Final. Tem um Cristo que é bem famoso.



 Batistério de São João com a "porta do paraíso" e os mosaicos venezianos

Depois saí, dei mais uma volta pela praça e voltei para a casa. Teria o jogo, não queria chegar tarde. Muito interessante os estádios aqui. Não tem muito controle, mas as torcidas são comportadas. Eu comprei uma camisa da Fiorentina e fui torcer para o time violeta, ou "viola", em italiano (a camisa é igual ao terceiro uniforme do Corinthians, todo roxo). O estádio é deveras curioso. Você fica bem pertinho dos jogadores separado apenas por um vidro. Sério, a linha do campo fica a dois metros da arquibancada. Vi o Ronaldinho, do Milan, bem de pertinho. Ele é todo mala, mas joga bem mesmo. Tanto que a Fiorentina jogou bem melhor, marcou no primeiro tempo, mas em dois lances de Ronaldinho, no fim do segundo tempo, o Milan virou: 2 a 1. Mas a italianada no estádio é tão tranquila que os torcedores da Fiorentina foram tirar foto do Ronaldinho, quando ele fez o gol. No final do jogo, os fiorentinos voltaram de cabeça baixa e tranquilos para a casa. Melhor para mim. [veja dois lances do jogo aqui e aqui]


No estádio do Fiorentina, vemos o jogo pertinho. Milan 2 a 1 Fiorentina

Agora estou aqui com o pessoal. Minha boca queima da pimenta da pasta (um baita pratão, italiano come demais). Mas tudo bem, tô aqui conversando com o pessoal, eles imitam o brasileiro falando, muito engraçado [mais pra frente eu conto a história do Cacao Meraviglao]. Muito bom estar em CouchSurfing, beeeem diferente de um frio hotel (como em Bologna e em Verona). Espero que seja assim em Roma, chego lá no dia de meu aniversário.

Tosse, tosse. Estava frio no estádio. Me agasalhei e me escondi debaixo da toca quando estava lá. Quero só ver como vou estar amanhã.

Beijo mamma, beijo pappa, saudades de vocês.
Murilo

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