segunda-feira, 2 de abril de 2012

Dia 3: Atrasado para a Última Ceia

Oi mamma

Terceiro dia na Itália (17/02). Meus pés dóem, de verdade. É madrugada, o dia foi todo chuvoso e minha máquina está dando pau (estou pensando seriamente em ir a uma loja da Cannon comprar outra máquina). Estou cansado, bem cansado. Já são quase três da manhã e quero acordar cedo para ir a Verona. Mas estou satisfeito. Hoje o dia foi cheio. E começou com Da Vinci.

 Padre, paciente, espera a confissão.

Como sempre tive que correr. Fui o último a chegar à igreja Santa Maria delle Grazie, que pertence a um convento dominicano, e é famosa pelo afresco “A Última Ceia”, de Leonardo da Vinci. Belíssima. Emocionante ver esta imagem tão famosa em seu tamanho original, no alto de uma parede. O olhar de Pedro, o dedo levantado de Tomas, o rosto cândido de João...

Sendo proibido fazer fotos no interior da igreja, sobrou a fachada

A obra demorou três anos para ser concluída, fato raro na vida de Da Vinci se envolver tanto tempo com um único trabalho. Mas o interessante é que depois da obra terminada, os padres do convento acharam que deveria ser aberta uma porta, bem embaixo do afresco. Aí, teria que arrancar um pedaço da Última Ceia: justo os pés calçados de Jesus Cristo. Sem problemas. Agora, sempre que eu vejo reproduções del Cenacolo Vinciano reparo nos pés de Jesus.

[postado depois: Do outro lado da sala onde está o Cenacolo, tem uma obra de Giovanni Donato do Montofano, 1440-1502, que se chama "Crocifissione", e narra a crucificação de Jesus. Para visitar a igreja é preciso agendar com antecedência. Eu comprei o bilhete, a 8 euro, em http://www.vivaticket.it/, ainda no Brasil. A visita começa às 9h30 e é preciso estar uma hora antes]. Continua a carta...

No Castello Sforzesco, construções e curiosidades

Mas te falei que meus pés estão doendo. Então, caminhei até o Castello Sforzesco, onde passei o dia todo. De museu em museu, andando sempre. Bem interessante, museu do castelo, do Egito, de arte decorativa, da música, entre outros. O dia estava chato, chuvoso. Eu com frio e dor nos pés. Saí do castelo e fui a um restaurante ali perto comer um pennette alla matriciana e um caffe macchiato. Aí fui até a loja Declathon, um paraíso esportista (o pai e o Paulinho iam ficar loucos, tem tudo que precisa para esporte e bem barato). Queria comprar um tênis, porque não trouxe calçado bom para caminhar. Por isso estou com os pés ferrados. Acabei não comprando.

San Siro. Fiquei de fora

Comi uma pasta com vinho. Bem bom. E caminhei ainda mais. Chuva chata o dia todo e a máquina boicotando minhas melhores fotos. Ainda fui ao estádio San Siro, mas não pude entrar. Estava fechado. Falei que sou brasileiro, que queria dar apenas uma espiada. Não deixaram.

Na estação do Duomo, ponto de encontro em Milano

Chovia quando voltei à estação do Duomo e fiquei esperando Tommy e sua trupe. Gente boa o pessoal. Em Firenze, vou ficar na casa de um deles. Fomos a uma cantina tomar vinho, a Cantina Isola. Muito legal, bem decorada, com as prateleiras forradas de vinhos. Você escolhe uma garrafa, pega uma mesa de frios e fica ali papeando.

Para um apreciador de vinhos, isso aqui é paraíso. Meus amigos Tommy fazendo caras, o Alberto, que ficava me chamando de Mourinho, e Vanny, que gosta da sonoridade de "xoxota"

Depois fomos a outro bar. Fiquei conversando com uma menina de Napoli e com outro cara que brincava com meu nome: o pessoal fica me chamando de Mourinho, o técnico do Inter de Milão. O italiano sai capenga, mas já consigo conversar.

No segundo bar, novos amigos e mais italiano. Mário, Marcão, Tommy e o irlandês Roberto.

E agora estou aqui. O pessoal está arrumando as camas e eu estou buscando um hostel em Verona. Difícil encontrar CouchSurfing lá. Bem, vou reservar um quarto e dormir.

Beijo mamma, beijo em todo mundo. Continue acompanhando o diário.

Murilo

Um comentário:

Érica Valiati disse...

Esses pés são sofridos né, coitadinhos! Hmm e visitou bastante museus ein?! Heheheh