No umbigo do mundo, enfim
Na rodoviária de Cusco já tinha sido assim. Entre os gritos de vendedores de passagem, uma mulher nos pressionou com sua opção de hostel, o melhor da cidade e com o melhor preço. Eu estava disposto aceitar, mas o Marco não. “Melhor andarmos e procurarmos nós próprios”, falou em castelhano. Pegamos um táxi, caminhamos. Antes disso, vi o Daniel andando sozinho pela rodoviária. Sabia que me encontraria com ele novamente.
Batemos perna por Cusco, sempre com a melodia infernal dos taxistas. Malditas buzinas. Passamos pela Plaza del Armas, no centro; fomos recusados em um hostel, mas encontramos outro, muito bom, diga-se, da rede Backpackers. Boa cama, bom banho e um bom café da manhã. Havíamos encontrado o nosso lar no umbigo do mundo.
El Sol ou Inti K'ijllu? Principal rua mostra a mistura de culturas
O centro de Cusco é louco. As pessoas querendo vender de tudo, mulheres oferecendo massagens. Sei, massagens... Turistas de todos os cantos. Estávamos diante do perfeito exemplo de destruição de uma cultura por outra. Sobre o cadáver dos edifícios incas, imponentes igrejas espanholas tomavam conta da vista. E o comércio tomando conta de tudo. Bonito, mas triste.
Nas andanças nos juntamos à Paula, uma brasileira perdida por Cusco. Andamos a nossa maneira, meio querendo fazer nada. O estilo Marco e Murilo de ser que só uma terceira pessoa se adaptaria. Mas Paula não era como Ben, e não se adaptou. Tiramos nossas “mesmas fotos”, trilhamos pela calle El Sol, vagamos pelo Centro de Artesanato. E cruzamos mais uma vez com Daniel.
Bom encontrar um velho amigo, o mesmo que me acompanhou por todo o tour em Uyuni, agora ali, em Cusco. Estava com uma amiga também, outra brasileira. Os cinco andamos juntos, almoçamos algo qualquer e experimentei a tal chicha morada – um suco à base de milho roxo. Doce, mas estranho.
Daniel, de volta e novos amigos de viagem
Chovia em Cusco, e Paula já se integrava aos dois novos colegas. Tentamos conhecer os atrativos da cidade – as igrejas, o convento. Construções incas, agora católicas. Vimos umas apresentações culturais, danças típicas de várias regiões do Peru. Bem interessante, um dia de Cusco. À noite, fotos da igreja, sob a chuva. Marco se deu bem por ter um mini-tripé. Eu tentei segurar a câmera no muque. Não fizemos a mesma foto.
Chove em Cusco. Fotos noturnas e eu sem meu tripé
Depois, janta. Marco estranhava nosso modo brasileiro de nos comunicar e ficou um pouco na dele. As vezes eu traduzia uma ou outra piada, mas no idioma universal, meu amigo portenho saboreava uma boa cusqueña – a cerveja local – conosco.
Danças típicas peruanas, no centro cultural
Era tarde quando voltamos ao hostel. Cansados, não nos incomodamos com as pessoas que dividiam o quarto ou com a bagunça que acontecia no salão de festa. De fato, um bom hostel, mas no outro dia, teríamos uma missão importante: trilhar até Machu Picchu.
Um comentário:
Fala Murilegends. Po te mandei um email esses tempos te convidando pra viajar e tu nem respondeu. Chegou a receber? To indo pra patagoia em setembro, vamo?
Postar um comentário